Eles estão aqui". Foi com esta frase que a atriz
mirim, então com sete anos, Heather O'Rouker apresentou ao mundo um dos
melhores filmes de terror da história, Poltergeist - O Fenômeno
(Poltergeist, 1982).
A velha história da casa assombrada marcou pela excelente forma como foi
conduzida por seus realizadores, possuir autênticos momentos de medo,
além de um elenco impecável e também pelo trágico desfecho da atriz
O'Rourke, que faleceu repentinamente logo após terminar de gravar o
terceiro capítulo da série (Poltergeist 3), em 1988, aos 12 anos.
Original do alemão "polten", que significa "bater" e "geist", traduzido
como "espírito", o fenômeno tratado pelo filme, o poltergeist, é
reconhecido e estudado por grupos de parapsicólogos de várias partes do
mundo há décadas. Atividades ligadas a este tipo de acontecimento podem
ser ligadas a pessoas e são marcadas por objetos que se movem sem que
ninguém os toque, barulhos estranhos e interferências em aparelhos
tecnológicos como telefones e equipamentos domésticos. A duração pode
ser de algumas horas até meses ou acabar de repente, diferente de
assombração clássica onde um local, em geral uma casa, sofre do fenômeno
por décadas.
É nesse contexto, que surge a família Freeling. Trata-se na verdade de
uma alusão ao sonho americano, onde pessoas felizes moram em uma bela
casa de uma pequena cidade chamada Cuesta Verde. A família é composta
pelo pai Steven (Craig T. Nelson, de Advogado de Diabo), a mãe Diane (Jobeth Williams, de Kramer vs. Kramer)
e os filhos Dana (Dominique Dunne), Robbie (Oliver Robins) e a caçula
Carol Anne (Heather O´Rouker). Tudo vai bem até que certos
acontecimentos estranhos começam a chamar a atenção da família, como
cadeiras que se mexem sozinhas e utensílios de metal que misteriosamente
aparecem tortos, entre outros.
O que parece sem importância logo toma proporções trágicas quando
durante uma noite chuvosa, a pequena Carol Anne desaparece
misteriosamente. Vista pela última vez no quarto onde dormia, a garota
simplesmente desaparece do mundo físico sendo levada para uma dimensão
paralela. A única forma de contato que a família consegue ter com a
menina será através de uma televisão ligada em um canal sem sintonia e
que por este motivo está aberto para receber sinais e ondas de vários
tipos e freqüências.
Procurando auxílio, a família vai recorrer à parapsicóloga Dra. Lesh (Beatrice Straight, de Amor sem Fim) e posteriormente a clarividente Tangina Barrons (Zelda Rubinstein, de Os Olhos da Cidade são Meus).
Esta última vai ter fundamental importância para a trama por servir
como elemento de ligação entre o mundo físico e o espiritual, além de
apresentar o motivo pelo qual a garota tenha sido escolhida por estes
espíritos.
De acordo com Tangina, Carol Anne representa uma presença viva no plano
espiritual onde está sendo mantida e que estas almas que estão com ela
vêem na energia vital da criança a força que eles não possuem, mas que
passam a ter por estarem com ela. A clarividente ainda alerta a família
para uma terrível presença que sentiu próximo da garota e que é forte o
suficiente para fazê-la vagar numa dimensão paralela definitivamente
caso algo não seja feito.
O filme Poltergeist fez enorme sucesso de público e de crítica.
Grande parte deste fenômeno de bilheterias se deu pela combinação de
vários elementos que fazem a produção parecer um filme de terror de
luxo. A história, bem construída, tem seu desenvolvimento feito de forma
eficaz. Os efeitos especiais criados pela Industrial Light & Magic
(ILM) de George Lucas são muito bem realizados, demonstrando um cuidado
grande com a parte técnica.
A bela trilha sonora composta pelo excelente Jerry Goldsmith (Jornada nas Estrelas) foi indicada ao Oscar, assim como para efeitos sonoros e efeitos especiais, porém, não ganhou em nenhuma categoria. O sucesso da película também acontece pelo eficiente clima de medo que é construído durante o filme até o apoteótico final. Medo este que não é criado simplesmente através de cenas fortes, mas por situações que conduzem o espectador quase a um medo infantil, como os filhos do casal Freeling. Podemos citar cenas memoráveis como o pavoroso palhaço que fica no quarto das crianças, a piscina de esqueletos, a primeira aparição das entidades espirituais, entre tantas outras.
Um outro ponto que merece destaque do filme é o de ser capaz de injetar elementos dramáticos na trama, através da mãe desesperada pelo desaparecimento da filha causado por algo que a própria família não compreende. Desespero aliado ao sentimento de impotência afinal a garota não foi sequestrada por criminosos que possam ser procurados pela polícia.
Temos aqui uma entidade sobrenatural e a busca de uma solução parece cada vez mais distante. A grande casa vai se resumir então apenas à sala, onde toda a família vai permanecer próxima do aparelho de televisão sempre ligado na espera da voz da garota desaparecida. Num dos momentos mais tensos, a conversa da mãe com Carol Anne é interrompida pela fala da menina que diz "mamãe tem alguém aqui comigo, é você?". Paralisada pelo medo, a mãe de Carol chora diante da impotência em proteger a filha.
Baseado no episódio Little Girl Lost, da série de TV dos anos 60 Twilight Zone, que conta a história de uma garota que desaparece dentro do seu quarto, Poltergeist foi escrito, roteirizado e produzido por Steven Spielberg. Mesmo com a direção ficando por conta de Tobe Hooper, muitas das decisões técnicas e relativas ao próprio andamento do filme ficaram por conta de Spielberg.
Analisado hoje, Poltergeist tem muito mais a característica de uma produção de Spielberg, dos cuidados técnicos ao roteiro sólido, do que das produções assinadas por Hooper, que mesmo sendo o criador de clássicos como O Massacre da Serra Elétrica e Eaten Alive, possui um estilo mais artesanal de filmar.
O filme, e posteriormente a série, Poltergeist foi também marcado pela morte de membros do elenco, algumas de forma trágica, como a atriz que fez a filha mais velha Dana, Dominique Dunne, que foi estrangulada pelo namorado, John Thomas Sweeney, quatro meses depois do lançamento do filme, em 4 de novembro de 1982 (por Filipe Falcão).
Ficha Ténica
Título Original: Poltergeist; Gênero: Terror; Tempo de Duração: 115 minutos; Ano de Lançamento (EUA): 1982; Estúdio: MGM; Distribuição: MGM; Direção: Tobe Hooper; Roteiro: Steven Spielberg, Michael Grais e Mark Victor, baseado em estória de Steven Spielberg; Produção: Frank Marshall e Steven Spielberg; Música: Jerry Goldsmith; Direção de Fotografia: Matthew F. Leonetti; Desenho de Produção: James H. Spencer; Edição: Michael Kahl; Efeitos Especiais: Industrial Light & Magic.
Sinopse
Família de classe média vai morar em novo bairro e passa a sofrer a ameaça de estranhos fenômenos que movem objetos e levam a filha mais nova, de cinco anos, para dentro de um aparelho de TV. Para recuperar a criança os pais pedem a ajuda de uma médium especialista em almas penadas, que os ajudará a revelar o mistério que se esconde não só na casa deles, mas nas colinas da região.
Prêmios
Indicações para o Oscar de Melhor Roteiro Original, Efeitos Sonoros e Efeitos Visuais.
________________________________________________________________________ Fonte: Boca do Inferno: Poltergeist; webcine - Poltergeist, O fenômeno.
A bela trilha sonora composta pelo excelente Jerry Goldsmith (Jornada nas Estrelas) foi indicada ao Oscar, assim como para efeitos sonoros e efeitos especiais, porém, não ganhou em nenhuma categoria. O sucesso da película também acontece pelo eficiente clima de medo que é construído durante o filme até o apoteótico final. Medo este que não é criado simplesmente através de cenas fortes, mas por situações que conduzem o espectador quase a um medo infantil, como os filhos do casal Freeling. Podemos citar cenas memoráveis como o pavoroso palhaço que fica no quarto das crianças, a piscina de esqueletos, a primeira aparição das entidades espirituais, entre tantas outras.
Um outro ponto que merece destaque do filme é o de ser capaz de injetar elementos dramáticos na trama, através da mãe desesperada pelo desaparecimento da filha causado por algo que a própria família não compreende. Desespero aliado ao sentimento de impotência afinal a garota não foi sequestrada por criminosos que possam ser procurados pela polícia.
Temos aqui uma entidade sobrenatural e a busca de uma solução parece cada vez mais distante. A grande casa vai se resumir então apenas à sala, onde toda a família vai permanecer próxima do aparelho de televisão sempre ligado na espera da voz da garota desaparecida. Num dos momentos mais tensos, a conversa da mãe com Carol Anne é interrompida pela fala da menina que diz "mamãe tem alguém aqui comigo, é você?". Paralisada pelo medo, a mãe de Carol chora diante da impotência em proteger a filha.
Baseado no episódio Little Girl Lost, da série de TV dos anos 60 Twilight Zone, que conta a história de uma garota que desaparece dentro do seu quarto, Poltergeist foi escrito, roteirizado e produzido por Steven Spielberg. Mesmo com a direção ficando por conta de Tobe Hooper, muitas das decisões técnicas e relativas ao próprio andamento do filme ficaram por conta de Spielberg.
Analisado hoje, Poltergeist tem muito mais a característica de uma produção de Spielberg, dos cuidados técnicos ao roteiro sólido, do que das produções assinadas por Hooper, que mesmo sendo o criador de clássicos como O Massacre da Serra Elétrica e Eaten Alive, possui um estilo mais artesanal de filmar.
O filme, e posteriormente a série, Poltergeist foi também marcado pela morte de membros do elenco, algumas de forma trágica, como a atriz que fez a filha mais velha Dana, Dominique Dunne, que foi estrangulada pelo namorado, John Thomas Sweeney, quatro meses depois do lançamento do filme, em 4 de novembro de 1982 (por Filipe Falcão).
Ficha Ténica
Título Original: Poltergeist; Gênero: Terror; Tempo de Duração: 115 minutos; Ano de Lançamento (EUA): 1982; Estúdio: MGM; Distribuição: MGM; Direção: Tobe Hooper; Roteiro: Steven Spielberg, Michael Grais e Mark Victor, baseado em estória de Steven Spielberg; Produção: Frank Marshall e Steven Spielberg; Música: Jerry Goldsmith; Direção de Fotografia: Matthew F. Leonetti; Desenho de Produção: James H. Spencer; Edição: Michael Kahl; Efeitos Especiais: Industrial Light & Magic.
Sinopse
Família de classe média vai morar em novo bairro e passa a sofrer a ameaça de estranhos fenômenos que movem objetos e levam a filha mais nova, de cinco anos, para dentro de um aparelho de TV. Para recuperar a criança os pais pedem a ajuda de uma médium especialista em almas penadas, que os ajudará a revelar o mistério que se esconde não só na casa deles, mas nas colinas da região.
Prêmios
Indicações para o Oscar de Melhor Roteiro Original, Efeitos Sonoros e Efeitos Visuais.
________________________________________________________________________ Fonte: Boca do Inferno: Poltergeist; webcine - Poltergeist, O fenômeno.
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